Os primeiros estudos realizados na área da surdez são datados da década de 60 (Danesi, 2007). Os pesquisadores estudaram as características fisiológicas das pessoas surdas e depois os hábitos, a cultura e a língua dessa comunidade.
No Brasil, conforme os dados do censo demográfico do IBGE de 2010, havia aproximadamente 9,7 milhões de pessoas com algum tipo de perda auditiva, ou seja, 5,1% do total da população brasileira, dos quais 2 milhões de pessoas não ouvem absolutamente nada.
A terminologia sobre o indivíduo possuidor de deficiência auditiva adquire diversas formas no meio acadêmico, na legislação e na sociedade – surdo, surdez, pessoas com deficiência auditiva ou com perdas auditivas.
Médicos e outras especialidades utilizam o termo deficiente auditivo, oriundo da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde – CIF, proposta pela Organização Mundial de Saúde – OMS (2003).
Nas leis brasileiras, é usado o termo “pessoa portadora de deficiência”. Em documento oficial da Casa Civil a respeito da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Brasil, 1999), a classificação da deficiência auditiva é descrita por graus e níveis de surdez.
No entanto, esta classificação foi alterada pelo art. 70 da Lei de Acessibilidade (Brasil, 2004a), passando a vigorar a classificação apresentada no Art. 5º da mesma lei em sua alínea b), que assim conceitua a deficiência auditiva como “perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000 Hz, 2.000Hz e 3.000Hz”.
Apesar de definição proposta pela legislação, segundo Skilar (1997 e 2005) o termo aceito socialmente para caracterizar a pessoa que não ouve (portanto, um dos segmentos identificados pela categorização da lei) é surdo. Este também é o termo adotado pela comunidade que não ouve para caracterizar a si mesma. O autor relata que, para a comunidade surda, o deficiente auditivo, é alguém diferente do surdo: não participa de comunidades, procura se parecer com os ouvintes e se expressar pela comunicação oral, uma vez que, os surdos possuem língua própria, a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. Assim, neste trabalho, utiliza-se o termo surdo no contexto definido por Skilar referindo-se as pessoas que não ouvem.