Algoritmos convencionais de reconhecimento facial extraem das imagens da face
descritores em forma de vetores de características, que representam as propriedades que
permitem a identificação dos humanos [Jain et al. 2007]. Geralmente, o reconhecimento
facial é realizado comparando o descritor obtido de uma imagem de consulta com o
descritor de uma imagem alvo, atribuindo-se a esta comparação um valor de
similaridade. Este valor de similaridade é comparado com um valor limiar de decisão
prefixado para decidir se as imagens pertencem ou não ao mesmo indivíduo. Quando a
comparação é realizada entre descritores do mesmo indivíduo temos uma comparação
genuína e caso contrário, temos uma comparação impostora.
Uma abordagem diferente, apresentada pela primeira vez em [Moghaddam et al.
2000], realiza a comparação subtraindo primeiramente as imagens de consulta e alvo e
extraindo posteriormente um vetor de características desta imagem diferença. Para
realizar o reconhecimento facial, este vetor de característica precisa ser classificado
como correspondente a uma imagem diferença da classe intrapessoal (comparação
genuína) ou da classe interpessoal (comparação impostora). A hipótese desta proposta é
que as imagens diferenças de imagens do mesmo indivíduo possuem características
diferentes das imagens diferenças de imagens de indivíduos diferentes. O
reconhecimento facial em [Moghaddam et al. 2000] é realizado então através de um
classificador bayesiano que estima o valor da probabilidade de que o descritor da
imagem diferença pertença à classe intrapessoal. Este valor é utilizado como
similaridade para, a partir do limiar de decisão, determinar se as imagens de consulta e
alvo pertencem ou não ao mesmo indivíduo.
O uso de um classificador bayesiano em vetores de alta dimensionalidade, como
é o caso de descritores biométricos, impõe um alto custo computacional, tanto no
treinamento do classificador como no processo de classificação. Adicionalmente, exige
distribuição normal e separação linear das classes intrapessoal e interpessoal.
Neste trabalho propomos a utilização do classificador Floresta de Caminhos
Ótimos (OPF) [Papa et al. 2009] que não impõe condições na distribuição dos
descritores biométricos. Adicionalmente, neste trabalho introduzimos a classificação por
votação proposta em [Ponti-Jr et al. 2011], na qual são criados n classificadores OPFs
independentes, e a classificação final é obtida pela integração por votação dos
resultados de cada um deles.
Como parte da pesquisa foram realizados experimentos com descritores
biométricos obtidos pelos métodos de extração de características faciais eigenfaces
[Turk et al. 1991] e casamento de grafos elásticos, ou EBGM [Wiskott et al. 1997].
O artigo está organizado como segue: a Seção 2 apresenta o classificador
Floresta de Caminhos Ótimos (OPF) e a abordagem de votação, a Seção 3 descreve a
adaptação e uso do classificador OPF como algoritmo biométrico, a seguir na Seção 4
são apresentados os resultados experimentais obtidos, e finamente na Seção 5 temos as
conclusões e trabalhos futuros.