ANÁLISE COMPARATIVA DA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ENTRE AS INCUBADORAS DE ARARAQUARA E RIO CLARO

Beatriz Leal de Carvalho, Hellen Cristina Rubini Teixeira pizzonia, Sergio Azevedo Fonseca

Resumo


O crescimento econômico ganhou a agenda pública a partir dos anos 80 e, com a criação da ANPROTEC, congregou redes para tornar possível o desenvolvimento das organizações componentes do sistema de incubação brasileiro. A ANPROTEC afirma que a incubação aumenta a capacidade de sobrevivência e melhora o desempenho das empresas. Isso posto, o presente artigo tem o objetivo de avaliar o desempenho das incubadoras de Araraquara e Rio Claro, verificando as dimensões econômica, social e ambiental presentes nelas. Através de metodologia qualitativa, foi realizado um estudo de caso duplo, aplicando o modelo de avaliação do desempenho de incubadoras desenvolvido por Fonseca (2010). A pesquisa se justifica pela limitação e precariedade de análises integrais do desempenho de incubadoras, dadas as fragilidades dos instrumentos de avaliação e da importância de apontar o papel da universidade no apoio à gestão de incubadoras. Concluiu-se que o modelo aplicado se mostrou promissor nas análises integrais das três dimensões, fazendo crer que aplicado em larga escala, pode permitir o aprimoramento local das incubadoras e empresas, bem como o aprimoramento geral dos incentivos às políticas públicas voltadas aos MPEs e o desenvolvimento de mais parcerias com universidades, impactando positivamente os resultados de projetos de extensão.

Palavras-chave


Crescimento econômico; Micro e Pequenas Empresas; Incubação; Universidades; Dimensões econômica-social-ambiental.

Texto completo:

PDF

Referências


ALFORD, R. & FRIEDLAND, R. 1985. Poderes da Teoria: Capitalismo, o Estado e a Democracia. Cambridge: Imprensa da Universidade de Cambridge.

ALMEIDA, M. et al. Analysis of the Rio de Janeiro State Incubator Network (ReINC): characteristics and influence on the organization and sustainability of incubators.Interciencia, [s.l.], v. 36, n. 3, p. 171-177, mar. 2011. Disponível em:

https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=3580805. Acesso em: 07/07/2022.

ANPROTEC – Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores. Disponível em: https://anprotec.org.br/site/. Acesso em: 05/07/2022.

___________. Panorama 2005. Disponível em: https://anprotec.org.br/site/. Acesso em: 07/07/2022.

___________. (2012). Estudo, análise e proposições sobre as incubadoras de empresas no Brasil – relatório técnico. Recuperado de http://www.anprotec.org.br/ArquivosDin/Estudo_de_Incubadoras_Resumo_web_22-

_FINAL_pdf_59.pdf.

BALBACHEVSKY, E. (2010). Processos decisórios em política científica, tecnológica e de inovação no Brasil: análise crítica. São Paulo. Disponível em http://www.cgee.org.br/atividades/redirect.php?idProduto=6233

BARBA-SÁNCHEZ, V., & ATIENZA-SAHUQUILLO, C. (2012). Entrepreneurial behavior: impact of motivation factors on decision to create a new venture. Investigaciones Europeas de Dirección Y Economía de La Empresa, 18(2), 132–138. http://dx.doi.org/10.1016/S1135-2523(12)70003-5

BARBERO, J. L., CASILLAS, J. C., RAMOS, A., & GUITAR, S. (2012). Revisiting incubation performance – how incubator typology affects results. Technological Forecasting & Social Change, 79(5), 888-902.

BARBOZA, R. A. B., FONSECA, S. A., & RAMALHEIRO, G. C. de F. (2017). O PAPEL DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA POTENCIALIZAR A INOVAÇÃO EM PEQUENAS EMPRESAS DE BASE TRADICIONAL. REGE Revista De Gestão, 24(1), 58-71. Retrieved from https://www.revistas.usp.br/rege/article/view/131532

BARQUETTE, Stael. Fatores de localização de incubadoras e empreendimentos de alta tecnologia. Revista de Administração de Empresas [online]. 2002, v. 42, n. 3 [Acessado 5 Julho 2022] , pp. 1-13. Disponível em: . Epub 15 Fev 2011. ISSN 2178-938X. https://doi.org/10.1590/S0034-75902002000300010.

BIZZOTTO, C. E. The Incubation Process. Brasília, 2003. 45 p. Disponível em:http://www.idisc.net/en/index.html. Acesso em: 07/07/2022.

BOLTANSKI, L. 1990. L'amour et la justice comme compétences: trois essais de sociologie de l'action Paris: Éditions Métailié.

BOLTANSKI, L.; THÉVENOT, L. (1999). The Sociology of Critical Capacity. European Journal of Social Theory, 2(3), 359–377. doi:10.1177/136843199002003010

___________. [1986] 1991. Sobre Justificativa: Economias de Valor. Princeton, NJ: Princeton University Press

CARLAND, J. W. et al (1984). Differentiating entrepreneurs from

small business owners: a conceptualization. Academy of Management Review, 9(2), 354-359. doi:10.5465/AMR.1984.4277721

CASSIOLATO, J. E., & LASTRES, H. M. M. (2005). Sistemas de inovação e desenvolvimento: as implicações de política. São Paulo Em Perspectiva, 19(1), 34–45. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-88392005000100003

DIAS, R. D. B. (2011). O que é a política científica e tecnológica? Sociologias, 13(28), 316–344

DIMAGGIO, Paul J. e Walter W. POWELL. 1983. "The Iron Cage Revisited": Institutional Isomorphism and Collective Rationality in Organizational Fields,' American Sociological Review 48: 147-160.

DORNELAS, José Carlos A. Empreendedorismo: Transformando Ideias em Negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2004.

ENGELMAN, R. et al. A qualidade percebida nos serviços de incubação de empresas. REAd. Revista Eletrônica de Administração (Porto Alegre) [online]. 2011, v. 17, n. 3 [Acessado 7 Julho 2022], pp. 802-822. Disponível em: . Epub 24 Abr 2012. ISSN 1413-2311. https://doi.org/10.1590/S1413-23112011000300009.

ETZKOWITZ, H; MELLO, J; ALMEIDA, M. Towards ‘Meta-Innovation’ in Brazil: The evolution of theincubator and the emergence of a triple helix. Res. Policy, Amsterdã, v. 34, ed. 4, p. 411-424,may. 2005.

FARIA, Adriana Ferreira de, 1973 - Parques Tecnológicos do Brasil / Adriana Ferreira de Faria, Andressa Caroline de Battisti, Jaqueline Akemi Suzuki Sediyama, Jeruza Haber Alves, José Antônio Silvério. – Viçosa, MG: NTG/UFV, 2021.

FILION, L. J. (1999). Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-gerentes de pequenos negócios. Revista de Administração, 34(2), 5-28.

FONSECA, SERGIO AZEVEDO. Incubadoras como vetores para a promoção de tecnologias limpas em empreendimentos de pequeno porte: possibilidades e limites. RAM. Revista de administração Mackenzie [online]. 2015, v. 16, n. 1 [Acessado em 5 Julho 2022], pp. 188-212. Disponível em: . ISSN 1678-6971. https://doi.org/10.1590/1678-69712015/administracao.v16n1p188-212.

FONSECA, Sérgio Azevedo. Modelo para a avaliação do desempenho e o apoio à gestão de incubadoras. 2010. 113 f. Tese (livre-docência) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras de Ararquara, 2010. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/106707.

FRIEDLAND, R., & ALFORD, R. (1991). Bringing society back in: Symbols, practices and institutional contradictions. In W. W. Powell & P. J. DiMaggio (Eds.), The new institutionalism in organizational analysis (pp. 232-263). Chicago, IL: University of Chicago Press.

FREEMAN, C; PEREZ, C. Structural crisis of adjustment: business cycles and investment behavior. In: DOSI, G. et al. (Editors). Technical change and economic theory. London: Pinter Publisher, 1988.

GHANI, E., KERR, W., & O’CONNELL, S. (2011). Spatial determinants of entrepreneurship in India. Cambridge, MA. Disponível em http://www.nber.org/ papers/w17514

HACKETT, S. M.; DILTS, D. M. A Systematic Review of Business Incubation Research. Journal of Technology Transfer, Netherlands, v. 29, p. 55-82, 2004

HALABÍ, C. E., & LUSSIER, R. N. (2014). A model for predicting small firm performance. Journal of Small Business and Enterprise Development, 21(1), 4–25. http://dx.doi.org/10.1108/JSBED-10-2013-0141

HAVEMAN, Heather A., e HAYAGREEVA Rao. 1997. "Structuring a Theory of Moral Sentiments": Institutional and Organizational Coevolution in the Early Thrift Industry,' American Journal of Sociology 102 (6): 1606–1651.

HISRICH, R.; PETERS, M. Empreendedorismo. Porto Alegre: Bookmann, 2004. 592 p.

IACONO, Antonio; ALMEIDA, Carlos Augusto Silva de e NAGANO, Marcelo Seido. Interação e cooperação de empresas incubadas de base tecnológica: uma análise diante do novo paradigma de inovação. Revista de Administração Pública [online]. 2011, v. 45, n. 5 [Acessado 5 Julho 2022], pp. 1485-1516. Disponível em: . Epub 13 Mar 2012. ISSN 1982-3134. https://doi.org/10.1590/S0034-76122011000500011.

INFODEV INCUBATOR SUPPORT CENTER. Incubator Toolkit. Disponível em: https://www.idisc.com/en/. Acesso em: 07/07/2022.

JACKALL, Robert. 1988. Moral Mazes: O Mundo dos Gestores Corporativos. Nova York: Imprensa da Universidade de Oxford

LAZZAROTTI, Fábio et al. Orientação Empreendedora: Um Estudo das Dimensões e sua Relação com Desempenho em Empresas Graduadas. Revista de Administração Contemporânea [online]. 2015, v. 19, n. 6 [Acessado 7 Julho 2022] , pp. 673-695. Disponível em: . ISSN 1982-7849. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac20151829.

LOUNSBURY, M.; BOXENBAUM, E. Institutional logics in action. Research in the Sociology of Organizations, v. 39, p. 3-22, 2013.

MEDEIROS, J. A., ATAS, L. Condomínios e incubadoras de empresas: guia das instituições de apoio. Porto Alegre: Sebrae/RS, 1996.

MEYER, John W. e Brian ROWAN 1977. "Organizações Institucionais: Formal Structure as Myth and Ceremony,' American Journal of Sociology 83: 340-363

MILLER, D. (1983). The correlates of entrepreneurship in three types of firms. Management Science, 29(7), 770-791. doi: 10.1287/mnsc.29.7.770

OBAJI, N. O., & OLUGU, M. U. (2014). The role of government policy in entrepreneurship development. Science Journal of Business and Management, 2(4), 109. http://dx.doi.org/10.11648/j.sjbm.20140204.12.

PASTRE, F.; VEDOVATTO, A. D. Gestão Financeira e Sustentabilidade na Incubadora Tecnológica da Unochapecó - INCTECh: adequação à prática chave na metodologia CERNE 1. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE PARQUES TECNOLÓGICOS E INCUBADORAS DE EMPRESAS, 24., 2014, Belém. Anais eletrônicos... Belém: Anprotec, 2014. Disponível em: < http://www.anprotec.org.br/Relata/ArtigosCompletos/ID%2044.pdf>. Acesso em: 07/07/2022.

PARSONS, Talcott. 1956. Sugestões para uma Abordagem Sociológica da Teoria das Organizações', Administrative Science Quarterly 1: 63-85

PENA, I. (2004). Business incubation centers and new firm growth in the Basque country. Small Business Economics, 22, 223-236.

PEREZ, Gilberto et al. A Contribuição de Incubadoras para o Desenvolvimento Regional: Estudo do Caso da Cidade de Itu. 2008. Disponível em: http://www.anpad.org.br/admin/pdf/Simposio358.pdf. Acesso em: 05/07/2022.

POSCHKE, M. (2013). Who becomes an entrepreneur? Labor market prospects and occupational choice. Journal of Economic Dynamics and Control, 37(3), 693–710. http://dx.doi.org/10.1016/j.jedc.2012.11.003

ROMÁN, C., CONGREGADO, E., & MILLÁN, J. M. (2013). Start-up incentives: entrepreneurship policy or active labour market programme? Journal of Business Venturing, 28(1), 151–175. http://dx.doi.org/ 10.1016/j.jbusvent.2012.01.004

SCHUMPETER, J. A. (1983). The theory of economic development. Cambridge, Mass: Harvard University Press.

___________. The Theory of Economic Devefopment. Oxford. Oxford University Press, 1978. p. 63.

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/sp/sebraeaz/pequenos-negocios-em-numeros,12e8794363447510VgnVCM1000004c00210aRCRD. Acesso em: 05/07/2022.

SELZNICK, Phillip. 1948. Foundations of the Theory of Organization, American Sociological Review 13: 25-35.

___________. 1949. TVA e as Raízes de Grama.

___________. Leadership in administration. Evanston, IL: Row, Peterson and Company, 1957.

SERRA, B.; RIBEIRO SERRA, F.; PORTUGAL FERREIRA, M.; GONÇALVES FIATES, G. Fatores fundamentais para o desempenho de incubadoras de base tecnológica. RAI - Revista de Administração e Inovação, São Paulo, v. 8, n. 1, p. 221-247, enero-marzo 2011. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rai/article/view/79209/83281. Acesso em: 07/07/2022.

SILVA ALMEIDA, R. I. da., SOARES PINTO, A. P., RIBEIRO HENRIQUES, R. H. (2021). O efeito da incubação no desempenho das empresas: um estudo comparativo na região do Centro de Portugal. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 23 (1), p.127-140.

SILVA, S. et al. POR QUE ANALISAR A GESTÃO DAS INCUBADORAS DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA SOB A ÓTICA DA RESOURCE-BASED VIEW ?. REAd. Revista Eletrônica de Administração (Porto Alegre) [online]. 2016, v. 22, n. 3 [Acessado 7 Julho 2022] , pp. 462-493. Disponível em: . ISSN 1413-2311. https://doi.org/10.1590/1413-2311.03615.60897.

SLONIMCZYK, F., & GIMPELSON, V. (2015). Informality and mobility: evidence fron Russian panel data. Economics of Transition, 23(2), 299–341. http://dx.doi.org/10.1111/ecot.12064

SOETANTO, D.; Van GEENHUIZEN, M. Technology incubators and knowledge networks: a rough set approach in comparative project analysis. Environment and Planning B: Planning and Design, Thousand Oaks, v.34, n. 6, p. 1011-1029, dec. 2007.

STRADI-GRANADOS, M. S. (2019). Characterization and Analysis of Business Incubation Systems in Costa Rica: The Case of Public Universities Innovar, 29(74), 57-70. https://doi.org/10.15446/innovar.v29n74.82061

THÉVENOT, L. Mettre en valeur la nature; disputes autour d’aménagements de la nature en France et aux Etats-Unis. Autres Temps: Cahiers d’éthique sociale et politique, n. 49, p. 27-50, 1996ª

THORNTON, Patricia. 2001. "Personal versus Market Logics of Control": A Historically Contingent Theory of the Risk of Acquisition', Organization Science 12: 294-311.

___________. 2004. Mercados da Cultura: Lógica Institucional e Decisões Organizacionais na Publicação do Ensino Superior. Stanford, CA: Stanford University Press

THORNTON, Patricia, e William OCASIO. 1999. Lógica Institucional e a Contingência Histórica do Poder nas Organizações: Sucessão Executiva na Indústria Editorial de Ensino Superior, 1958-1990". American Journal of Sociology 105 (3): 801–843.

___________. (2008). Institutional logics. In R. Greenwood, C. Oliver, K. Sahlin-Andersson, & R. Suddaby (Eds.) Handbook of organizational institutionalism (pp. 99–129). Thousand Oaks, CA: Sage.

VELHO, Léa. Conceitos de Ciência e a Política Científica, Tecnológica e de Inovação (2011). Sociologias, Porto Alegre, ano 13, n. 26, p. 128-153.

ZOUAIN, D. M.; SILVEIRA, A. C. Aspectos estratégicos do modelo de gestão em incubadoras de empresas de base tecnológica. Cad. EBAPE. BR [online], v. 4, n. 3, p. 01-14, 2006. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/4985. Acesso em: 07/07/2022.

ZUCKER, Lynne G. 1977. The Role of Institutionalization in Cultural Persistence, American Sociological Review 42: 726- 743

WILLIAMS, C. C., & NADIN, S. (2012). Tackling the hidden enterprise culture: government policies to support the formalization of informal entrepreneurship. Entrepreneurship & Regional Development, 24(9-10), 895–915. http://dx.doi.org/10.1080/08985626.2012.742325.

YIN, R. K. Estudo de Caso – Planejamento e Método. 2. ed. São Paulo: Bookman, 2001.




DOI: https://doi.org/10.6034/rmpe.v18i3.1986

Apontamentos

  • Não há apontamentos.